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Cinema Hollywoodiano X Cinema Europeu

Provavelmente se eu te dissesse: “Me diz o nome do primeiro filme que passar na sua cabeça” esse filme seria Hollywoodiano. Isso porque o cinema americano é o mais exportado para o mundo, portanto, o mais conhecido e assistido. É um tanto comum ouvir de pessoas que o melhor cinema do mundo é o americano e que a maioria dos filmes europeus são chatos e entediantes. Você já se perguntou qual a razão pra esse tipo de comentário? Por que o cinema americano é tão mais “fácil de assistir e se entreter” que o de outros países? Começo dizendo que eu não concordo nem um pouco com qualquer desses comentários. O cinema europeu é fascinante de inúmeras formas, e hoje eu vou falar um pouco sobre o que o diferencia tanto do Hollywoodiano.

Vamos iniciar com uma muito breve aula de história. Nos primórdios do cinema, a indústria mais forte do mundo era a europeia, e na época, o cinema americano incorporava o estilo cinematográfico europeu em todos os seus filmes. Foi a chegada da Primeira Guerra Mundial que o rumo das coisas mudou. A Europa foi duramente afetada durante a guerra causando uma queda significativa no número de produções cinematográficas, enquanto os EUA lançavam seu primeiro grande sucesso comercial e transformavam o cinema em um negócio onde o principal objetivo era o lucro. Com o fim da guerra, a Europa define seu estilo de cinema para o artístico. Os filmes se tornaram arte e passaram a ser apreciados como tal, a intenção desses filmes era a de criar uma experiência de reflexão, gerar questionamentos abordar temas complexos e polêmicos e fazer muitos experimentos de estética. Foi onde surgiu a montagem soviética, o expressionismo alemão, o impressionismo francês, o realismo poético e o surrealismo, que mesmo instigando o interesse do cinema americano, não geravam o lucro que eles tanto se preocupavam em conseguir. Como Hollywood transformou o cinema em negócio, as produções cinematográficas tinham o mesmo carro chefe: o tamanho da bilheteria. Foi assim que os gêneros nasceram, da necessidade de prender tipos específicos de públicos que iriam aos cinemas assistir sempre ao mais novo western, drama ou musical, que eram estrelados por atores e atrizes famosos o suficiente para serem a cereja do bolo para o público ir ao cinema. Não levou muito tempo para os EUA se tornar a maior indústria cinematográfica do mundo.

Quando falamos de roteiro temos diferenças bem marcantes, a famosa jornada do herói do cinema Hollywoodiano, uma estrutura criada para contar a história do protagonista, costuma ser dispensada no cinema europeu. As histórias europeias também fogem muitas vezes da clássica estrutura dos três atos: Preparação, Confronto e Resolução. Isso pode se dever ao fato de o cinema europeu ser muito mais autoral, já que os diretores costumam ser também os roteiristas de seus filmes, lhes dando maior liberdade criativa para escrever a história da forma que desejarem, por conta disso, são muitos os filmes com histórias não lineares, construídos em cima de diálogos e com pouquíssimos efeitos visuais, afinal, o interesse é prender o público por uma conversa entre duas ou mais pessoas, fazê-los pensar sobre temas existenciais, sobre a natureza humana, sobre questões sociais e por aí vai. Hollywood sempre foi na contramão, o roteiro em muitos casos é uma peça pouco importante, principalmente quando falamos em Blockbusters, o público está ali para se entreter com efeitos visuais, não para pensar. Quando você senta para assistir a um Blockbuster você já sabe o que esperar e como cada um dos três atos será abordado, a fórmula costuma ser a mesma na vasta maioria desses filmes, eles são iguais a uma receita de bolo, a estrutura é a mesma para quase todos. Isso não necessariamente torna esses filmes Hollywoodianos ruins, eles apenas possuem uma intenção diferente e eu digo hollywoodiano, porque filmes americanos feitos fora de Hollywood podem ser tão artísticos e poéticos quanto os europeus. De certa forma o cinema europeu que mais podemos dizer que se assemelha hoje em dia ao de Hollywood é o britânico, que possui suas grandes diferenças culturais mas muitas vezes mescla o cinema artístico com o cinema de bilheteria, as comédias românticas principalmente dos anos 90 conquistaram o mundo com seus diálogos bem elaborados e com um estilo de comédia mais popular. A verdade é que no fim das contas, mesmo o cinema de Hollywood priorizando o lucro, foram muitos os grandes diretores americanos que conseguiram usar elementos europeus em seus longas, e esses diretores, em grande e absoluta maioria, eram autorais – de Stanley Kubrick à Martin Scorsese.

A melhor conclusão final possível para diferenciar o cinema Hollywoodiano do cinema Europeu foi dita por Alfred Hitchcock “O filme europeu pode abrir com uma imagem de nuvens, cortar para outro plano de nuvens, e então cortar para um terceiro plano de nuvens. Se um filme americano abre com uma imagem de nuvens, deve cortar para um plano de um avião, e se no terceiro plano o avião não tiver explodido, a plateia estará entediada.”

Eu preparei uma pequena lista de filmes europeus maravilhosos para quem quer passar o tempo de uma forma mais intensa e reflexiva nessa longa quarentena.

 

Guerra Fria – 2018 | Polônia

Durante a Guerra Fria entre a Polônia stalinista e a Paris boêmia dos anos 50, um músico amante da liberdade e uma jovem cantora com histórias e temperamentos completamente diferentes vivem um amor impossível.

 

Amor – 2013 | França

Georges e Anne são um casal de aposentados apaixonados por música. Eles têm uma filha musicista que vive em outro país. Certo diAnne sofre um derrame e fica com um lado do corpo paralisado. O casal de idosos passa por graves obstáculos que colocarão o seu amor em teste.

 

A Garota Dinamarquesa – 2016 | Inglaterra

Uma cinebiografia de Lili Elbe que nasceu Einar Mogens Wegener e foi a primeira pessoa a se submeter a uma cirurgia de mudança de gênero. Em foco, o relacionamento amoroso do pintor dinamarquês com Gerda e sua descoberta como mulher.

 

Tudo sobre minha Mãe – 1999 | Espanha

No dia de seu aniversário, Esteban ganha de presente da mãe, Manuela, um ingresso para a nova montagem da peça "Um bonde chamado desejo", estrelada por Huma Rojo. Após o espetáculo, ao tentar pegar um autógrafo de Huma, Esteban é atropelado e morre. Manuela resolve então ir até o pai do menino, que vive em Barcelona, para dar a notícia. No caminho, ela encontra o travesti Agrado, a freira Rosa e a própria Huma Rojo.

 

Os Sonhadores – 2005 | França, Reino Unido, Itália

O americano Matthew vai para Paris aprender a língua local e conhece Isabelle e Théo, gêmeos franceses, com os quais começa compartilhar sua paixão pelo cinema. Cada vez mais íntimos, os jovens iniciam uma série de jogos sexuais envolvendo temas do cinema. A história se passa em plena Revolução Estudantil da década de 60.

 

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