Você já ouviu falar em Dr. Google? Pois é esta “concorrência” que muitos médicos inclusive no sul de Santa Catarina enfrentam quando pacientes os questionam sobre determinada doença e tratamento a partir de informações disponibilizadas na internet. E com o avanço dos smartphones e dispositivos móveis o acesso aos dados sobre saúde estão mais frequentes.
Neste sentido, pesquisas trazem preocupação para a classe médica. Uma análise foi realizada pelo Bupa Health Pulse com 12 mil pessoas na Austrália, Brasil, Grã-Bretanha, China, França, Alemanha, Índia, Itália, México, Rússia, Espanha e Estados Unidos. Descobriu-se que 81% das pessoas com acesso à rede acabam obtendo orientações sobre remédios (automedicação), sobre saúde em geral ou condições que requerem cuidados médicos. Os russos são os campeões segundo o levantamento. Chineses, indianos, mexicanos e os brasileiros também registraram altos índices.
Há uma preocupação dos autores do estudo com os resultados obtidos. "As novas tecnologias estão ajudando mais pessoas em todo o mundo a saber mais sobre sua saúde e tomar decisões mais bem fundamentadas. No entanto, todos precisam se certificar de que a informação que encontram as ajudará a melhorar, e não a piorar", disse o pesquisador sênior David McDaid, da LSE.
Só na Gra-Bretanha 73% dos internautas britânicos utiliza a internet para conseguir dicas sobre remédios e realizar um diagnosticar próprio. Mas somente um quarto das pessoas diz checar a origem da orientação online.
Em outro trabalho detalhado pelo instituto Ipso MORI, particularidades interessantes foram reveladas. 41% dos entrevistados querem conhecer na internet experiências de outros pacientes com o mesmo problema de saúde
A automedicação traz grandes prejuízos ao paciente "Confiar em informação enganosa pode facilmente levar as pessoas a assumir riscos com tratamentos e exames inadequados, desperdiçar dinheiro e ter problemas desnecessários", afirmou Annabel Bentley, diretora médica da Bupa. "Além disso, as pessoas podem fazer uma checagem online e desconsiderar sintomas graves, em vez de buscar orientação com um médico”, complementa.
Fonte: Top Saúde