Partido dos Trabalhadores, do presidente Lula da Silva, está considerando a possibilidade de apoiar uma candidatura ao Governo do Estado oriunda do PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin. Mesmo PSB que está sob forte influência do ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Merisio, que atualmente é um alto executivo da JBS S.A, empresa detentora de marcas como a Friboi e Seara.
Ainda que filiado ao Solidariedade, Merisio tem dado as cartas no PSB catarinense e, neste sentido, já chegou a convidar o ex-governador Raimundo Colombo (PSD) para se filiar ao partido de Alckmin, objetivando concorrer ao governo catarinense. Por ora, Colombo diz que prefere ficar onde está.
O fato é que o PT sabe que não adianta malhar em ferro frio. No que diz respeito a disputa pelo Governo do Estado o máximo que o partido conseguiu em Santa Catarina foi chegar ao segundo turno na eleição passada, todavia amargando uma rejeição de 70% do eleitorado catarinense no segundo turno, que elegeu Jorginho Mello (PL) como governador. No mesmo cenário, uma candidatura do PSB, com um político conservador representando o partido, provavelmente conseguiria ter alcançado um melhor resultado.
O desenho de uma candidatura do PSB ao governo catarinense com o apoio do PT tem sido rascunhado não é de hoje. Este tema já foi tratado em 2022, mas acabou não sendo levado adiante. Mais recentemente, esta possibilidade ficou bastante clara durante a posse do deputado estadual Fabiano da Luz como presidente estadual do PT, no último dia 13. Na ocasião, Décio Lima, que já concorreu ao Governo do Estado pelo PT em 2018 e 2022, e que estava deixando a presidência estadual do partido naquele dia, foi lançado como candidato majoritário às eleições de 2026. Observe que ele não foi lançado como candidato ao governo, e sim como candidato majoritário, deixando subentendido que poderá disputar o Senado Federal pelo PT, o que abre espaço para que alguém do PSB concorra ao governo catarinense, provavelmente contando com um petista como seu vice.
Por óbvio, Décio Lima está apostando no lançamento de múltiplas candidaturas ao Senado, pelo viés ideológico de direita, o que faria com que um candidato de esquerda, como ele, tivesse reais chances de se eleger senador. Paralelo a isto, como o PT não dispõe de um outro nome estadualizado, com viabilidade eleitoral para concorrer ao Governo, a possibilidade de o partido apoiar alguém do PSB para tal disputa não é de todo impossível. Neste sentido, o próprio Gelson Merisio se destaca como um nome viável, e de confiança do PT, para tal empreitada.
Com perfil conservador, Merisio, que já disputou o governo catarinense pelo PSD em 2018, poderia voltar a ribalta da política catarinense em 2026 como candidato ao governo pelo PSB. Com a moral em alta por fazer parte do quadro de executivos da JBS em Santa Catarina, o ex-deputado acaba personificando a candidatura ideal para a esquerda de nosso Estado. Talvez a única dificuldade seja convencer a própria esquerda desta realidade.
Finais
Embora não tenha tornado pública sua ida para o Republicanos, deputada federal Geovânia de Sá (PSDB) já conversou a este respeito com o ex-prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), seu cabo eleitoral número um ao longo dos últimos anos. Por óbvio, Geovânia não nutria expectativas de manter sua parceria com Salvaro, afinal de contas o Republicanos catarinense se transformou em um puxadinho do PL, do governador Jorginho Mello, com quem o ex-prefeito criciumense nutre sérias divergências. Em resumo, Clésio Salvaro desejou sorte a deputada, mas, como já esperado, ressaltou que não iria lhe hipotecar apoio no pleito eleitoral do ano que vem. Com Geovânia no Republicanos, Salvaro irá trabalhar pela eleição do presidente da Assembleia Legislativa, Júlio Garcia (PSD), à Câmara Federal.
Vereador Eduardo Cândido (PL) irá protocolar hoje na Câmara Municipal de Sombrio projeto de lei que objetiva denominar duas ruas do município respectivamente com os nomes do tenente Amintas de Mello, primeiro prefeito provisório do município, e do padre Huberto Oenning, que atuou junto a comunidade católica local entre 1946 e 1949, e entre 1974 e 1984. Por mais inusitado que possa parecer, nem o primeiro prefeito, nem o padre que concluiu as obras da construção da icônica Igreja Matriz Santo Antônio de Pádua, haviam sido lembrados até o momento pelo legislativo sombriense. A iniciativa do vereador Eduardo Cândido é digna de menção destacada, pois provavelmente abrirá caminho para que outras figuras históricas do município também sejam reconhecidas e homenageadas pelo poder público.
