O deputado estadual Zé Milton esteve reunido nesta sexta-feira (3), no Sindicato Rural de Araranguá, com lideranças da cadeia produtiva do arroz para discutir soluções diante da crise que afeta os rizicultores em Santa Catarina. O encontro contou com a presença de sindicatos, cooperativas e instituições do setor.
O problema enfrentado pelos produtores não é falta de produção. Pelo contrário: a safra 2024/2025 de arroz em Santa Catarina alcançou 1,3 milhão de toneladas, um crescimento de 12,2% em relação ao ciclo anterior. A produtividade chegou a 8,95 toneladas por hectare, sendo o maior índice da série histórica. No entanto, o preço pago ao produtor despencou pressionado pelo excesso de oferta no Brasil, pelo o aumento da produção mundial, pela entrada do produto do Mercosul e pela demanda estagnada.
Diante desse cenário, Zé Milton, que coordena a Câmara Setorial do Arroz no Estado, destacou a urgência de medidas públicas. “Estamos vivendo um cenário de excesso de produção mundial e de forte entrada de arroz do Mercosul, que pressiona os preços e compromete a renda do produtor. Vamos buscar apoio junto ao governo do Estado e também em Brasília, solicitando incentivos e que o governo federal utilize estoques reguladores para adquirir parte dessa produção”, afirmou.
Segundo o presidente da OCESC, Vanir Zanatta, é necessário uma articulação institucional. “O momento é de união e diálogo com o poder público. Precisamos construir soluções conjuntas para dar fôlego ao setor e garantir a sustentabilidade da produção de arroz em Santa Catarina”, destacou.
Para encerrar o presidente do Sindarroz, Walmir Rampinelli, alertou para a gravidade da situação enfrentada no campo. “O produtor está colhendo uma safra histórica, mas recebendo o pior preço dos últimos anos. Essa conta não fecha. Se não houver uma ação concreta dos governos, muitos rizicultores não vão conseguir permanecer na atividade”, afirmou.
Entre as alternativas debatidas está a criação de programas estaduais de incentivo fiscal e tributário, além de pleitos junto ao governo federal para apoiar os rizicultores neste período de instabilidade.
Também participaram da reunião: Walmir Rampinelli (presidente do Sindarroz), Dionísio Bressan (presidente da Coopagro), Rogério Dagostin (vereador de Turvo), Arlindo Manenti (Coopersul) e Rogério Pessi (presidente do Sindicato Rural de Araranguá).