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Especial 70 anos de Turvo: a dedicação e o carinho de Irmã Elizabete

Com 85 anos, a religiosa ainda auxilia médicos em partos e cirurgias no Hospital São Sebastião, além de cuidar da horta instituição

Em 1933, no munícipio de Grão Pará, na época pertencente a Braço do Norte, nascia a última de seis filhos do casal Heidemann. Com as duas irmãs mais velhas envolvidas na vida religiosa, logo aos 17 anos, Elizabete Heidemann decidiu seguir os mesmos passos. Decidiu se mudar para a Congregação das Irmãs Franciscanas de São José, na cidade de Angelina, na região da grande Florianópolis.

Desde então, dedicou sua vida a ajudar outras pessoas. A Irmã trabalhou em Curitiba, Presidente Getúlio, Indaial, Braço do Norte, Jaraguá do Sul e até teve uma experiência internacional, viveu sete anos na Alemanha. “Era comum irmãs participarem de missões. Uma das minhas irmãs, que estava lá sozinha, veio de férias e me ofereci para ir com ela. No começo me arrependi muito, eu só sabia falar sim e não em alemão, até entendia o que diziam, mas não sabia falar. Eu cuidava de idosos que viviam em um asilo. Foi um período difícil”, lembra.

Mas tudo mudou em 1982, quando Elizabete retornou ao Brasil. Sua irmã Úrsula, que foi funcionária do Hospital São Sebastião (HSS) de Turvo por 12 anos, estava com câncer. Para cuidar da irmã, ela se mudou para o município no mesmo ano, porém Úrsula faleceu em 1983. Seis anos depois, Elizabete foi transferida para o norte catarinense, mas Turvo já estava no seu coração. O elo entre a cidade e a família Heidemann é tão significativo que o pronto atendimento local se chama Associação Comunitária Irmã Úrsula Heidemann.

Anos depois, Elizabete voltou à cidade. Desta vez, seu papel era trabalhar na clínica e maternidade do HSS junto com Irmã Helena. A religiosa conta que acordou muitas noites para trazer ao mundo os bebês de Turvo. “Hoje, a maioria dos partos é cesariana, mas antigamente, era difícil passar uma noite sem que o Dr. Aroldo me chamasse para ajudar em um parto”, frisa.

Ficar parada não é a opção

Engana-se quem pensa que aos 85 anos Irmã Elizabete não trabalha mais. Interessada em ajudar e estar sempre fazendo algo, ela explica que conversou com o Conselho Regional de Enfermagem de Santa Catarina (Coren/SC), e que foi concordado que enquanto a Irmã estivesse bem poderia continuar com suas atividades.

Mas além de auxiliar em cesarianas, cirurgias de hérnias e outros procedimentos, existe outro ofício. O HSS possui uma horta, onde os alimentos são destinados as refeições dos pacientes. “Tinha uma irmã que trabalhava aqui e cuidava da horta, mas ela faleceu. Então, me disponibilizei para continuar com o serviço dela e sempre tenho a ajuda de outro funcionário. Eu gosto muito, principalmente, quando plantamos verduras e colhemos muitas e quando ficam bonitas”, afirma.

Por isso, a rotina começa logo cedo. A religiosa cita que acorda às 5h da manhã para fazer as orações diárias, às 7h tomam café e depois começam os trabalhos. Não são todos os dias que Elizebete é chamada para auxiliar uma cirurgia, dessa forma, passa suas horas cuidando das verduras e dos jardins de flores. Após décadas, ela destaca que se sente feliz por fazer parte do HSS  e o hospital fazer parte de sua história.

“Estou no hospital há 30 anos, eu gosto daqui, do lugar, muitos já me conhecem. Tem gente que nasceu comigo e agora já são pais de família, são todas pessoas conhecidas. Essa cidade é muito boa para viver, é bonita, me sinto bem aqui. Trabalho o que eu posso, tenho saúde e estou pronta para tudo”, ressalta a Irmã Elizebete.

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