Harland Sanders teve uma vida muito difícil. Aos 5 anos de idade perdeu o pai. Por conta de sua perda, sua mãe teve que assumir as contas da casa, incumbindo ao garoto cuidar de seus irmãos mais novos. Aos 12 anos, abandonou a escola para se dedicar exclusivamente ao trabalho na lavoura. Nessa idade foi morar com os tios, pois o padrasto o maltratava. Aos 17 anos, já tinha perdido 4 empregos. Aos 20 anos, sua esposa o deixou. Durante os anos que se seguiram, ele trabalhou em inúmeros empregos, desde motorista de barco a vapor até gerente de posto de gasolina, fracassando em todos. E foi justamente em um posto de beira de estrada que Sanders começou a cozinhar e vender frango em forma de petisco. Ele trabalhava para oferecer uma receita com frango saboroso, crocante e macio. A popularidade do prato foi tanta que, posteriormente, ele passou a trabalhar como chef de cozinha em um restaurante.
Falido, Sanders se aposentou aos 65 anos. Entretanto, ficou inconformado com o fato de receber um benefício de apenas 105 dólares mensais. Sentia-se um fracassado. Desesperado resolveu tirar a própria vida. Escreveu uma carta e nela colocou tudo aquilo que gostaria de ter feito durante a existência. Ao ler a carta que havia escrito, surgiu uma inspiração. “Porque não começar agora a buscar a realização desses sonhos?” E foi isso que ele fez. Desistiu do suicídio. Pegou os 87 dólares que tinha, e com o dinheiro passou a fazer frangos fritos utilizando sua receita, e os vendendo de porta em porta. Com o sucesso nas vendas, deu início ao restaurante que se tornaria mundialmente famoso alguns anos depois: o Kentucky Fried Chicken (KFC). Sanders ficou bilionário. Atualmente o Kentucky Fried Chicken (KFC) é uma famosa rede de franquias fast-food dos Estados Unidos que tem como principal produto o frango frito desenvolvido pelo Coronel Harland Sanders.
Essa história nos traz grandes reflexões. Quantos de nós estamos, inconscientemente, desistindo de viver? Desacreditados, queremos fugir e assim fazemos. Nos escondemos atrás do álcool, das drogas, da comida e de todo tipo de excesso. Vivemos angustiados, estressados, aflitos e sobrecarregados. Queremos fugir, para não ter que nos enfrentar. Mas no agitar da multidão, uma voz silenciosa busca ser ouvida: A voz da alma.
Essa voz nos fala de sonhos, um potencial inato adormecido. A vida clamando por realização. No entanto, vemos diariamente pessoas do alto dos seus 30, 40, 50, 60 anos, se considerarem velhos demais para mudarem: seja para voltar a estudar, fazer ajustes, mudar de rota...Persistem em viver uma vida sem sentido. Desconectados de si mesmo: não vivem, apenas sobrevivem.
Podemos e devemos estar abertos ao novo, nos permitir enxergar fora da caixa. E assim, buscar vivenciar aquilo que sempre sonhamos. O que está nos impedindo de caminhar rumo aos nossos sonhos?
Que possamos ter a coragem de romper com o obsoleto, abrindo caminho para o inesperado. Muitos velhos se escondem em corpos de vinte ou trinta e da mesma forma muitos jovens habitam a roupagem física de 70 ou 80 anos. A idade cronológica difere da idade psicológica. Que possamos independentemente da idade que estivermos, dar voz e vez para nossos sonhos e projetos pessoais. Pois sempre há tempo para recomeçar. Com planejamento e responsabilidade juntamente com ousadia e fé. E assim, sonhos tornam-se realidade, graças a coragem daqueles que decidem acreditar em si mesmo. O momento mais importante é o agora. Por isso, nunca é tarde para começar.
Você nunca é velho demais para determinar um novo objetivo na vida ou para sonhar um novo sonho. C.S. Lewis
Psicólogo Juliano G. Cechinel