Defensor Público Ralf Zimmer, do Pros, tem bancado sua candidatura ao Governo do Estado, apesar da divisão interna que ainda acomete o partido. A legenda está dividida em dois grupos: um que apoia o projeto autoral de Zimmer, e outro que está aliado ao projeto de reeleição do governador Carlos Moisés da Silva (Rep). Na prática, há dois diretórios, cada qual defendendo seus objetivos. Enquanto a justiça eleitoral não se posiciona definitivamente sobre o caso, a candidatura de Ralf Zimmer está na rua, até mesmo com sua presença já confirmada no debate da Acaert que será realizado no dia 23 de agosto, com transmissão pela Rádio 93FM.
Ralf Zimmer ficou conhecido estadualmente ao protocolar, em 2020, pedido de impeachment contra o governador Carlos Moisés, por conta dele ter dado, sem autorização legislativa, aumento para procuradores do executivo estadual. Por muito pouco o governador não foi cassado naquela ocasião. Naquele mesmo ano Zimmer foi candidato a deputado federal pelo PSDB, fazendo pouco mais de 2.500 votos.
Em 2018 o Pros se aliou ao projeto nacional do PT, apoiando Fernando Haddad à Presidência da República. Em Santa Catarina, no entanto, a legenda, que recebeu registro de criação do Tribunal Superior Eleitoral em 2013, nunca teve nenhum desempenho relevando, e terá neste ano, caso a candidata de Ralf Zimmer seja levada adiante, sua primeira prova de fogo.
A candidatura governamental do Pros se assemelha muito a de Odair Tramontin, do Partido Novo. Ambos possuem um perfil muito parecido com o do ex-juiz Sérgio Moro. São ferrenhos críticos da corrupção no poder público, transformando esta em uma de suas principais bandeiras. Também defendem a transparência no poder público, a diminuição da carga tributária e a não realização de negociatas para se manter no poder. Perfil, aliás, muito parecido com o do então candidato ao governo Carlos Moisés da Silva, lá em 2018.
Antídio tem batido na gestão estadual por tabela
Candidato a deputado estadual pelo MDB, ex-prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli, que rivalizou nas internas do partido para tentar ser candidato ao Governo do Estado, tem soltado o verbo nos últimos dias. Ainda que pelo menos por enquanto não cite o nome do governador Carlos Moisés da Silva (Rep), Antídio tem feito duras críticas a determinadas situações que são de competência da esfera estadual, como é o caso das rodovias sob a responsabilidade da Secretaria de Infraestrutura. Neste sentido, suas falas mais parecem de alguém ligado diretamente a oposição, e não a situação, que é o que, pelo menos oficialmente, o MDB se dispôs a ser nas eleições deste ano em Santa Catarina, ao optar por indicar Udo Döehler como vice de Carlos Moisés. Antídio não é voz isolada no partido. Com o governador fortemente ligado aos atuais deputados estaduais do MDB, boa parte daqueles que são candidatos à Assembleia pelo partido, mas que não detém mandato, estão se despregando da candidatura majoritária.
Psol atira no próprio pé ao tentar cassar Jorge Seif
Meio político ficou sem entender direito o pedido de impugnação da candidatura ao Senado de Jorge Seif (PL), feita pelo Psol, do também candidato ao Senado Afrânio Boppré. Pelo menos por ora, o pedido não foi acatado pela justiça eleitoral. Basicamente, o Psol argumentou que Seif se desincompatibilizou de direito de suas funções junto a Secretaria Nacional da Pesca, mas que teria continuado utilizando da estrutura governamental em seu cotidiano. Independentemente dos possíveis fatos, o estranho da história é que o Psol postula a impugnação de um candidato de direita. Como não há segundo turno para o Senado, ganha quem fizer mais votos. Sem Seif na disputa, os votos dele, que é um candidato de direita, tendem a ir para outro com o mesmo perfil, o que não é nem de longe o caso de Boppré. Na prática, o Psol, neste caso, trabalhou para aumentar a votação daqueles que são adversários diretos de Afrânio Boprré. Quanto mais candidatos de direita na disputa, melhor para Boprré.
