O esporte é, acima de tudo, uma fábrica de ídolos, exemplos e referências para milhões de pessoas. Todo garoto ou garoto que sonha em seguir uma carreira profissional em qualquer modalidade certamente se espelha em algum grande esportista – que muitas vezes carrega uma história de vida inspiradora.
No caso das mulheres, encontrar o sucesso no esporte é ainda mais difícil por todas as barreiras impostas pela sociedade – o que se converte em menos oportunidades, desigualdades de salários entre os homens e, claro, uma série de preconceitos.
Porém, há muitos casos de mulheres que foram além de todos esses obstáculos e hoje servem como inspiração para milhares ou milhões de jovens. Confira algumas delas:
Marta
Foto: Divulgação/CBF
Começamos a lista com aquela que inspira 9 entre 10 mulheres que sonham em construir uma carreira no futebol feminino: Marta. Nascida no município de Dois Riachos, no sertão de Alagoas, ela conquistou o mundo por seu talento com a bola no pé. Maior artilheira da história da seleção brasileira e dona de 6 bolas de ouro da FIFA, a jogadora de 34 anos é apontada como uma das maiores de todos os tempos no futebol feminino – não à toa é conhecida como “Rainha Marta”. Mais do que isso: ela é uma lutadora pelo fim da desigualdade que separa homens e mulheres no esporte mais popular da terra, e levanta bandeiras que podem dar mais oportunidades a meninas que sonham a chegar ao topo no futebol.
Daiane dos Santos
Foto: Reprodução
Na ginástica, uma das grandes referências da história do Brasil é Daiane dos Santos. Já aposentada, a gaúcha colecionou títulos ao longo da carreira, incluindo uma medalha de ouro no Mundial em 2003 e cinco medalhas em Jogos Pan-Americanos. Além disso, inovou no esporte com movimentos inéditos como o duplo twist carpado e duplo twist esticado no solo, modalidade em que ela mais se destacou. Em um esporte amplamente dominado por brancos, Daiane teve que enfrentar de frente o racismo durante sua carreira, sendo um grande exemplo não apenas para ginastas, mas para mulheres negras de todas as modalidades.
Amanda Nunes
Foto: Divulgação/UFC
Até pouco tempo atrás, o MMA feminino era uma modalidade “escanteada” no mundo das artes marciais, amplamente dominado por homens. Isso mudou em 2013, com a chegada das mulheres na maior organização do mundo, o UFC. Lideradas pela norte-americana Ronda Rousey, as lutadoras ocuparam um espaço que antes não tinham. Mas foi uma brasileira que mais se destacou: Amanda Nunes. Baiana de Pojuca, a lutadora de 32 anos conquistou o cinturão do UFC em 2016 e não largou mais. Com 20 vitórias em 24 lutas, é apontada como a maior da história do MMA feminino – e certamente é uma referência para milhares que treinam noite e dia nas academias do Brasil e do mundo.
Rafaela Silva
Foto: Wander Roberto/COB/Divulgação
Do octógono para o tatame, quem também é inspiração para muitas mulheres no mundo das artes marciais é a judoca Rafaela Silva. Nascida e criada na comunidade carioca da Cidade de Deus, é mais uma que teve que superar as dificuldades de uma sociedade desigual para chegar ao topo do mundo com o título mundial de 2013 e o ouro olímpico em 2016, ambos “em casa”, no Rio de Janeiro. Rafaela também levanta bandeira contra a homofobia no esporte, por ser uma representante do público LGBT.
Dayane Kotoviezy
Foto: Divulgação/partypoker
Considerado um esporte da mente, o poker é uma modalidade que ainda possui amplo domínio masculino, mas já há algum tempo as mulheres vêm conquistando seu espaço, seja em torneios exclusivos (Ladies) ou nas principais competições, o que inclui também os homens. É o caso da curitibana Dayane Kotoviezy, que figura entre as 15 melhores do país, sendo a número 1 entre as mulheres. Jogadora da equipe partypoker, uma das melhores do mundo, a paranaense conquistou recentemente o Main Event do Kings Series of Poker, além de outros importantes feitos que a colocam como uma inspiração para mulheres que buscam ter sucesso no poker.
Maya Gabeira
Foto: Hugo Silva/Red Bull
Poucas pessoas têm no esporte a história de superação da surfista Maya Gabeira. Especialista nas grandes ondas, a carioca de 33 anos quase perdeu a vida surfando uma onda gigante em Nazaré (Portugal), em 2013. Apesar disso, ela teve coragem para voltar ao esporte, e ainda quebrou o recorde mundial no mesmo lugar. Por essas e outras, ela é certamente uma inspiração para todas as surfistas brasileiras.
Maria Esther Bueno
Foto: Divulgação/Wikimedia
É verdade que o tênis feminino tem muitas craques internacionais que inspiram as jovens jogadoras – casos das irmãs Serena e Venus Williams, Maria Sharapova, Martina Navrátilová, entre outras. Mas o Brasil também tem sua heroína no esporte: trata-se de Maria Esther Bueno, que construiu uma carreira brilhante no esporte nas décadas de 50 e 60, com 19 títulos de Grand Slam entre simples, duplas e duplas mistas. Ela abriu as portas do esporte não apenas para as mulheres brasileiras, mas de todo o continente. Maria Esther faleceu em 2018, aos 78 anos, mas seu legado no esporte será eterno.