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A atenção como recurso limitado na era digital: uma revisão bibliográfica sobre leitura superficial e absorção ineficaz do conhecimento

Tema e Objetivo: Este resumo apresenta uma revisão bibliográfica que analisa os principais obstáculos à leitura profunda e à absorção eficaz do conhecimento na era digital. O estudo investiga de que maneira a economia da atenção fragmenta o foco cognitivo e instaura um modus operandi de consumo exacerbado de conteúdos informacionais rasos, com implicações psicossociais, cognitivas, educacionais e filosóficas. Escopo Teórico e Método: Trata-se de uma revisão bibliográfica narrativa, fundamentada em um escopo teórico multidisciplinar. Foram analisadas obras clássicas, como a teoria da Economia da Atenção de Herbert A. Simon (1971), e contemporâneas, que abordam as consequências do consumo digital exacerbado (Malo-Cerrato, 2018; Wolf, 2019; Santos, 2023). A análise seguiu o método temático, organizando as informações em três eixos conceituais: 1) Economia da Atenção, 2) Saúde Pública e 3) Crise da Leitura.

Principais Conclusões: A atenção, tratada como moeda de troca, é sistematicamente capturada por tecnologias e plataformas digitais, fenômeno quantificado pelo aumento do acesso a dispositivos móveis e redes sociais no Brasil (IBGE, 2024; Forbes, 2023). Esse "sequestro" da atenção é potencializado por mecanismos psicológicos como o FoMO (Fear of Missing Out), que gera um estado de ansiedade e necessidade de conexão permanente. As repercussões transcendem o desfoque ocasional, configurando-se como um problema de saúde pública. Estudos apontam a associação entre a exposição excessiva às telas e o surgimento de patologias como nomofobia, depressão, estresse, impulsividade e autoagressão, com manifestações específicas em cada fase do desenvolvimento humano (Santos, 2023). No campo cognitivo, esse ecossistema estimula a leitura superficial, conduzindo o indivíduo a um padrão de “escaneamento” por palavras-chave em detrimento da absorção reflexiva e da imersão textual. Dados do Senado Federal (2024) ilustram a gravidade dessa crise, indicando que 73% da população brasileira não concluiu a leitura de um único livro. Conclui-se que o desafio crucial do século XXI reside na gestão consciente da atenção, recurso fundamental para o resgate do engajamento profundo, do pensamento autônomo e da leitura crítica. Torna-se urgente, portanto, a implementação de intervenções didáticas em todos os níveis de ensino, que se contraponham à lógica consumista de padronização.

Texto feito por: Filipe Borges Alves e Patricia Jantsch Fiuza (UFSC)

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