A Câmara de Vereadores de Araranguá recebeu na sessão ordinária desta quarta-feira, 12, a coordenadora geral da ONG Educamar, Suelen Santos Hilário, que utilizou o espaço da tribuna para apresentar o início das atividades do Programa de Monitoramento de Praias da Bacia de Pelotas, executado pela instituição. A presença foi autorizada por meio do Requerimento nº 196/2025.
Durante sua fala, Suelen destacou que o programa será realizado em parceria com instituições como UNESC, UDESC, Univali e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e será executado pela empresa norueguesa TGS, licenciada pelo Ibama, dentro das condicionantes ambientais relacionadas às atividades sísmicas de prospecção de petróleo na Bacia de Pelotas.
Ela explicou que essa primeira etapa corresponde ao mapeamento do subsolo marinho, a cerca de 200 km da costa, por meio de navios equipados com tecnologia de detecção sísmica. O objetivo é identificar potenciais áreas com presença de gás ou petróleo, atividade que poderá futuramente trazer royalties e desenvolvimento econômico para os municípios do litoral sul.
A Educamar será responsável por monitorar os impactos ambientais da operação sobre a fauna marinha, atuando em um trecho de 62 quilômetros de costa, entre segunda e sexta-feira, com equipes de sobreaviso nos fins de semana. O trabalho envolverá análise de animais encontrados na orla, garantindo acompanhamento técnico e científico dos possíveis efeitos das ondas sonoras geradas pela pesquisa sísmica.
Suelen também informou que a ONG contratou inicialmente 16 profissionais, com previsão de ampliar a equipe, o que representa geração de emprego e fortalecimento da economia local. Segundo ela, é um novo momento para a instituição, que agora passa de um trabalho essencialmente voluntário para uma atuação técnica e profissional, sem perder sua essência e compromisso com a causa ambiental.
A coordenadora anunciou ainda que será construída uma nova estrutura no espaço cedido pelo município, no bairro Paiquerê, onde funcionará um centro de atendimento a animais marinhos e um museu oceanográfico, ambos financiados pela empresa executora do projeto. “É uma grande evolução para o trabalho que realizamos há mais de uma década. Agora teremos veículos, equipamentos e estrutura adequada para ampliar nossa atuação e atender de forma mais eficiente toda a fauna marinha da região”, afirmou.