Pouco mais de um mês depois de ter dito que não aceitaria, em hipótese alguma, o MDB em sua chapa majoritária, o prefeito de Chapecó, João Rodrigues, que é pré-candidato ao Governo do Estado pelo PSD, voltou atrás e fez afagos ao partido. Naquela ocasião, ressentido pelo fato do governador Jorginho Mello (PL) ter dito que o MDB concorreria como seu vice, o prefeito chapecoense desdenhou o partido, ressaltando que, de sua parte, não coligaria com uma legenda que estava se encaminhando para concorrer como vice do presidente Lula da Silva (PT), em seu projeto de reeleição, no ano que vem.
Na semana passada, no entanto, Jorginho Mello mudou seu discurso e disse que seu vice poderia vir do MDB ou do PSD, o que descontentou demasiadamente os emedebistas. Foi o que bastou para que João Rodrigues mudasse o discurso, buscando estreitar relações com os deputados do partido, com quem promoveu encontro e demorada conversa.
Mas não foi só João Rodrigues que buscou a aproximação. Os parlamentares do MDB também foram ao encontro dele, já que passaram a não sentir mais segurança naquilo que Jorginho Mello havia sentenciado anteriormente a respeito do partido. De um lado, João Rodrigues engoliu o que tinha dito a respeito do MDB por sentir que o partido poderá vir a ser seu aliado. Por outro lado, o MDB voltou a conversar com João Rodrigues para pressionar o governador Jorginho Mello a assegurar a vaga de vice em sua chapa para o partido. Na verdade, tudo não passa de uma grande ética de ocasião. Se o MDB coligar com João Rodrigues, ele já não vai achar o presidente Lula tão ruim assim, independentemente de o partido manifestar apoio ao seu projeto de reeleição. Já o MDB, tão logo receba novamente o aceno de Jorginho para ser seu vice, deixará de imediato de conversar com João Rodrigues. Simples como dois e dois são quatro. E depois os políticos não querem que a população tenha sérias ressalvas contra sua classe.
Finais
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina definiu ontem a lista tríplice do Quinto Constitucional da OAB-SC. Os advogados Willian Quadros, Marcio Vicari e Giane Bello foram os três mais votados e agora disputam a indicação do governador Jorginho Mello (PL) para assumir uma vaga de desembargador no TJ-SC. Willian Quadros recebeu 65 votos, enquanto Marcio Vicari e Giane Bello obtiveram 59 votos cada um. O trio avança para a etapa final do processo, passando a integrar oficialmente a lista tríplice. Mesmo não integrando o grupo final, o advogado Mauri Nascimento, profissional reconhecido e atuante na nossa região, teve um desempenho expressivo e ficou em quarto lugar, com 44 votos. A votação mostrou a relevância de Mauri no cenário jurídico catarinense e o prestígio alcançado junto aos desembargadores, superando nomes tradicionais da advocacia estadual. Os demais candidatos e suas votações foram Giovani de Lima, com 19 votos, e Ivan Naatz, com 15 votos.
A sessão desta semana da Câmara Municipal de Vereadores de Maracajá ficou marcada pela mobilização popular. O tema central foi a apresentação de um projeto do Executivo que prevê a desapropriação de um imóvel, com valor estimado de R$ 8 milhões, para a alocação da nova sede da prefeitura. Conforme o texto, o Executivo Municipal pagaria o imóvel com uma entrada de R$ 1 milhão e o restante seria quitado em 30 parcelas de R$ 255 mil. De acordo com o vereador oposicionista Wellinton Farias (União), o imóvel fica em frente à casa do atual prefeito, foi utilizado como comitê de campanha dele e pertence ao irmão do presidente da Câmara, o que deixa o negócio bastante suspeito. Entre as justificativas apresentadas pelo Executivo está o fato de várias secretarias, departamentos e setores da administração funcionarem de forma separada, em espaços comerciais, o que estaria gerando altos custos com alugueis. A tendência é que o projeto de compra não seja aprovado pelo legislativo.